sábado, 25 de setembro de 2010

26º Domingo Comum – Ano C – 26/09/2010

REFLEXÃO BÍBLICA – 26º. DOMINGO COMUM
ano C – 26.09.2010
Evangelho: Lc 16, 19-31
1. Estamos ainda durante a viagem teológico-catequética (9,51 a 19,27) de Jesus a Jerusalém onde são apresentados os riscos e as exigências para ser discípulo. A parábola do rico e de Lázaro (ou a parábola dos seis irmãos ricos) é uma provocação e um convite ao discernimento.
a. a opção de Deus é pelos pobres (vv. 19-22)
2. Duas situações contrastantes:
2.1. de um lado, o rico que esbanja luxo e requinte nas roupas finas e elegantes (literalmente: púrpura e linho, que eram artigos de luxo importados da Fenícia e do Egito) e no teor de vida com banquetes diários;
2.2. do outro lado, Lázaro, que tem seu ponto de mendicância junto à porta do rico. A situação do pobre é de total marginalidade: está coberto de feridas (=impuro, cf. Jo 2,7-8) e faminto. Desejava matar a fome com o que caia da mesa do rico (v.21), isto é, não são as migalhas que caiam no chão, mas pedaços de pão que se usava para limpar os pratos e enxugar as mãos, e que depois se atiravam sob a mesa. Lázaro era considerado um cão impuro como os cães que vinham lamber-lhe as feridas (v.21).
3. Ferido no corpo e na dignidade, como verdadeiro excluído, ele encontra solidariedade em Deus.  De fato, seu nome quer dizer “Deus ajuda”Deus optou por ele!
4. A morte nivela a todos, mas a sorte é bem diferente: Lázaro é levado pelos anjos para junto de Abraão (v.22), isto é, torna-se íntimo dos patriarcas (Jz 2,10; Gn 15,15; Dt 31,16). A imagem exprime intimidade e proximidade com Abraão no banquete messiânico (Mt 8,11).
b. os ricos cavam para si um abismo intransponível (vv.23-31)
5. A situação se inverte: o rico em tormentos e Lázaro junto de Abraão. Então, há um diálogo do rico com Abraão. O rico chama Abraão de pai (vv. 24.27.30) por três vezes e Abraão o reconhece como filho (v.25). Contudo, “ser filho de Abraão” não é suficiente para a salvação; é necessário praticar a misericórdia de Abraão.
6. O rico faz dois pedidos. Primeiro que Lázaro molhe a ponta do dedo e venha refrescar sua língua (v.24). Que ironia! Para quem se banqueteava todos os dias, agora basta uma gota d’água!
7. O pedido é negado porque “há um grande abismo entre nós” que não dá para passar (v.26).   Quem construiu o abismo? Quem construiu a impossibilidade de comunhão entre o rico e o Lázaro? Não foi “o próprio rico” que o ignorou todos os dias?  (cf.14,13-14: quando você der uma festa, convide os pobres, estropiados, coxos, cegos; então, você será feliz porque eles não têm com que retribuir. Você, porém, será recompensado na ressurreição dos justos”).
8. É interessante notar um detalhe na resposta de Abraão: ele se dirige ao rico na terceira pessoa do plural: vocês… não poderiam atravessar… Isso quer dizer que o rico não está só. Outros o precederam no projeto de acumular gananciosamente. Sempre houve ricos cujo caminho jamais cruzou com o dos pobres. E todos eles tiveram a mesma sorte!
9. O segundo pedido é que Lázaro seja enviado como testemunha aos irmãos ricos para que não tenham o mesmo fim (v.28).  Abraão responde que basta a Lei e os Profetas para convencê-los (v.29). De fato, a Lei e os Profetas (=todo o Antigo Testamento) exigiam igualdade e fraternidade entre todos.
10. E certamente Lázaro não fora o único pobre a incomodar-lhes a consciência. Em Dt 15,11 está claro: “nunca deixará de haver pobres na terra; é por isso que eu te ordeno: abra a mão em favor do teu irmão, do teu indigente e do teu pobre na tua terra”. Também em João 12, 8: “pois sempre tereis pobres convosco”. Portanto, os cinco irmãos não tem desculpas.
11. O rico não se convence. Crê que sejam necessários sinais extraordinários, como a ressurreição de um morto, para que os irmãos se convertam (v.30). A resposta de Abraão é taxativa: “se não escutam nem a Moisés nem aos Profetas, mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se convencerão” (v.31). A afirmação insinua que a própria ressurreição de Jesus será para eles inútil, caso não abram a mão e o coração ao necessitado.
12. E os ricos de hoje estarão perdidos? É preciso haver discernimento na viagem com Jesus a Jerusalém. Se, permanecendo insensíveis, como os gananciosos fariseus (cf. 16,14), seu caminho jamais se identificará com o de Jesus e não participarão do Reino. Mas – se assumirem as opções de Jesus, partilhando os bens, – como fez o administrador da parábola anterior, possuirão a vida (a partilha leva vida para todos, a ambição e acúmulo geram morte). É preciso discernir e tomar partido, já, antes que seja tarde… E partido a favor de Jesus e de sua mensagem.
1ª. Leitura: Am 6, 1a . 4-7
13. Amós profere duras palavras contra os que detêm a riqueza e o poder. Os nobres da Samaria (capital político-administrativa do Reino do Norte, onde Amós profetiza) sentiam-se tranquilos e seguros por duas razões:
- 1. as conquistas do rei Jeroboão II trouxeram paz e bem-estar (embora para uma minoria);
- 2.  esperava-se o dia de Javé quando essas conquistas assumiriam proporções imensas.
14. O profeta contesta essa falsa segurança dos que detêm poder e riqueza. E começa com “ai!”, antevendo que o dia de Javé será um dia de castigo, culminando com a destruição da Samaria e com o exílio.
15. Os ricos e poderosos imaginam-se protegidos por Deus. Sua riqueza e poder são sinais de pretensa bênção divina.  Por isso, deleitam-se numa vida ociosa e requintada.  Seu abominável luxo é descrito nos vv. 4-6a: estão deitados em camas de marfim, estendidos em seus divãs com música ao vivo, comem cordeiros e novilhos dos rebanhos, bebem vinho à vontade e perfumam-se (ungem-se com o melhor dos óleos). Tudo isso sob pretensa bênção de Javé…
16. Amós chama isso de “orgia” (v.7b) que em breve desaparecerá, pois Javé vai intervir. O erro dos ricos da Samaria pode ser sintetizado assim:
16.1. enriqueceram-se à custa da exploração dos pobres (I leitura de domingo passado);
16.2. querem afastar o dia da desgraça, mas apressam o domínio da violência (da ocupação inimiga – v.3). Pretendem fazer-se passar por pessoas de bem diante de Deus, mas sua ganância e má administração política aumentam ainda mais a violência contra os fracos e os pobres;
16.3. perverteram seu papel de administradores do bem-estar e da paz social (v.6b): não se preocupam com a ruína de José, isto é, com sua febre de riqueza e poder não se sensibilizam com os oprimidos e até sugam-lhes a vida.
17. A sentença de Javé é radical: “eles irão exilados à frente dos deportados” (v.7a). É a consequência lógica e previsível da sociedade gananciosa e podre. Só ficará um pequeno resto (v.10), os que não exploraram os outros.
2ª. Leitura: 1 Tm 6, 11-16
18. Paulo chama a Timóteo de “homem de Deus” (6,11) como foram chamados os profetas Elias e Eliseu. Caracteriza assim a função do cristão na sociedade: seu papel é profético de denunciar e anunciar.
19. Paulo dá uma ordem: fuja dessas coisas (v.11). Essas coisas tinham sido apresentadas anteriormente nos vv. 2b-10: havia em Éfeso, pessoas que, falsificando a mensagem, faziam da religião fonte de riqueza (v.5). Por amor ao dinheiro, raiz de todos os males (v.10), alguns abandonaram a fé (v.9) e fizeram da pregação do evangelho fonte de lucro.
20. O próprio Paulo, – para não misturar o evangelho com dinheiro, – trabalhava com as próprias mãos para seu sustento (cf. Fl 4,15; 1Cor 9,15-18). Para não comprometer a mensagem, ele recomenda moderação a Timóteo: “se temos alimento e vestuário, contentemo-nos com isso” (v.8).
21. E dá-lhe a ordem de seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão (v.11). Essas seis virtudes , nas cartas de Paulo, são a síntese do ideal cristão.
- a justiça é a retidão em relação às pessoas;
- a piedade é a retidão em relação a Deus;
- a fé é a adesão plena a Jesus Cristo;
- o amor é a concretização dessa fé, isto é, norma de comportamento comunitário;
- a perseverança é a capacidade de superar os conflitos internos e externos;
- a mansidão é típica de quem se diz cristão.
22. Timóteo deve combater o bom combate da fé, pois para isso foi “convocado” por Deus.  E deve honrar o compromisso assumido (v.12). Os vv. 12-13 insistem na profissão de fé e no testemunho. Associado a Cristo Jesus e a seu projeto deve assumir as exigências que daí decorrem. Como fez Jesus, assim fará o cristão (v.13).  E esse compromisso dura até o fim, até a morte (v.14).
23. Nosso texto termina com um hino litúrgico (vv.15-16), em que Paulo salienta:
23.1. o cristão deve prestar culto somente a Jesus: “bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores”;
23.2. só Jesus possui a imortalidade (e pode dar vida plena): “o único que possui a imortalidade e que habita uma luz inacessível;
23.3. Jesus supera a capacidade de compreensão que as pessoas tem dele. É inútil pretender possuir a plena compreensão dos mistérios de Deus. Antes, encontra-se Deus na vivência do projeto de Jesus (vv.11-12).

R e f l e t i n d o  . . .

1. O profeta Amós, na semana passada, revelava a ambiguidade dos ricos comerciantes da Samaria.   Hoje censura-lhes a irresponsabilidade. Denuncia o luxo e a luxúria das classes dominantes, enquanto o povo é ameaçado pela catástrofe da injustiça social e da invasão assíria. Por isso, esses ricaços irão para o exílio na frente dos deportados. (Amós ironiza dizendo que os ricos, porque tem uma cítara, se julgam cantores como Davi. e a Samaria é a casa de José, … mas José distribuía alimentos aos de sua casa …).
2. A insensibilidade perante o sofrimento do pobre Lázaro é gritante. As sobras da mesa vão para os cachorros e não para o pobre. Porém, vem a morte igual para todos. E o abismo, que já existia entre o rico e o pobre nesta terra, continua definitivamente “intransponível” agora na eternidade. Então, o rico pede para avisar seus irmãos.  Abraão responde que eles tem Moisés, os profetas… e Jesus Cristo.  Não seria um alerta – para nós – que esperamos milagres e coisas “do outro mundo” para acreditarmos e nos convertermos ???
3. Dureza, isolamento, incredulidade: eis as consequências de viver para o dinheiro! (… não vivemos assim também?). Porque temos um só coração, ou ele se afeiçoa ao dinheiro ou se volta para o Deus e Pai onipotente, abrindo-se para partilhar com o irmão. Quem opta pelo dinheiro, afasta-se de Deus, de seu plano e de seus filhos. Quem é rico (quem vendeu sua alma à riqueza) é tão pobre que só possui dinheiro!
4. Os ricos são infelizes porque se rodeiam de bens e bens, e depois se fecham e se cercam e se isolam como em uma fortaleza. São incomunicáveis.  Vivem para se defender a si e as suas riquezas (… e não tem tempo para viver =desfrutar da vida dada pelo criador!).
5. Os pobres não tem nada a perder. Por isso, abrem as mãos para partilhar com os que, ao seu lado, mais precisam.  São felizes porque tem alegria ao partilhar, ao conviver com os outros (que são iguais a ele). São felizes porque não constroem cercas e muros, e podem ver a paisagem e o horizonte do mundo criado, sem medo e sem defesas. Os pobres, que são pobres verdadeiramente conforme o evangelho e o coração de Deus, vivem e constroem a vida dos seus colocando nas mãos do Pai celeste sua inteira existência. Colocando nas mãos de Deus, eles tem certeza de que Deus está com eles aqui nesta terra e eles estarão com Deus na casa dele na eternidade.
6. Em nosso mundo de competição e de consumo, a riqueza transforma as pessoas em concorrentes. Considera-se a riqueza recebida como “posse” e não como “economia” (em grego quer dizer gerência da casa). A riqueza é vista como algo a conquistar e acumular para ganhar “status social” e não como a gerência daquilo que deve servir para todos. Nossa riqueza marca terrivelmente a nossa vida:
- a riqueza financeira (acumular sempre mais e nem se sabe para que?);
- a riqueza cultural (saber para se exibir, para sobrepujar e não para servir melhor);
- a riqueza afetiva (“possessividade”, sem verdadeira comunhão).
7. Essa é a grande ilusão e o grande mal do mundo de hoje: proclamou alto e bom som (e usa de todos os argumentos para provar) o lucro e a competição como normas fundamentais da existência de qualquer pessoa. E aí acontece a grande infelicidade das pessoas, pois até na família, na afetividade, tudo se transforma em posse.  As pessoas buscam a posse da outra pessoa, e quando a possuem (atingiram o objeto de seu desejo) não sabem o que fazer, porque a felicidade das pessoas está na interação, na partilha e na comunhão e não na posse, no domínio. Hoje não se sabe mais (e não se educa para) entrar em comunhão. Para completar a parábola de hoje, importa lembrar Lucas 6,24ss: “ai de vós, ricos. ai de vós, que rides…ai de vós”…).
8. Na 2ª. leitura Paulo nos conclama ao bom combate. E combate pelo bem e pela verdade até o fim, para que vivamos para sempre com Aquele que possui nas mãos o sentido e o fim da História…
9. Que esta mensagem entre no nosso coração para não continuarmos como o rico e seus irmãos. Os pobres morrem à nossa porta. Devemos criar uma nova estrutura de sociedade em que não haja mais necessidade de se mendigar e não haja montanhas de sobras e supérfluos a despejar em lixões.
10. Isso, não só nos aproximará do coração do evangelho, como também resolverá nosso problema social e nosso problema ecológico, pois o meio ambiente não precisará mais acolher nossos supérfluos e “nossos restos”.     Se não mudarmos e a sociedade não mudar, continuaremos a produzir – a cada dia – mais lixo e mais mendigos.
11. Está na hora de se optar pelas pessoas: pela vida, pela partilha, pela generosidade, pelo bom coração, pelo respeito, pela bondade, pela misericórdia, pela honestidade, pela justiça, pela ética, pela verdade e pelo bem.
12. E os versículos 17 a 19 desta carta de Paulo bem concluem nossa reflexão:
“Aos ricos deste mundo exorta-os que não sejam orgulhosos,
nem coloquem sua esperança na instabilidade da riqueza,
mas em Deus,
que nos provê tudo com abundância para que nos alegremos.
Que eles façam o bem, se enriqueça com boas obras,
sejam pródigos (generosos),
capazes de partilhar (solidários).
Estarão assim acumulando para si mesmos um belo tesouro para o futuro,
a fim de obterem a verdadeira vida”.
13. Algumas citações bíblicas que nos podem ajudar.
13.1. Salmo 49 (48)
Ouvi isto, povos todos do universo,                          v.2
poderosos e humildes, escutai-me,                          v.3
ricos e pobres todos juntos, sede atentos!
Por que temer os que confiam nas riquezas,           v.7
e se gloriam na abundância de seus bens?
Ninguém se livra de sua morte por dinheiro             v.8
e nem a Deus pode pagar o seu resgate.
A isenção da própria morte não tem preço;             v.9
Não há riqueza que a possa adquirir,
Nem dar ao homem uma existência sem limites     v.10
E garantir-lhe uma existência imortal.
Morrem os sábios e os ricos igualmente;                             v.11
Morrem os loucos e também os insensatos,
E deixam tudo o que possuem a estranhos;
Este é o fim do que espera estultamente (nas riquezas).      v.14
Não te inquietes quando um homem fica rico,         v.17
e aumenta a opulência da sua casa;
pois – ao morrer – não levará nada consigo, v.18
Nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.
13.2. Salmo 39 (38)
Revela-me, ó Senhor, qual o meu fim,                                v.5
qual são o número e a medida dos meus dias,
para que eu veja quanto é frágil a minha vida!
Tu me concedeste poucos palmos de vida;             v.6
Meus dias são como nada diante de ti.
O homem não dura mais que um sopro,
ele passa como a sombra que se esvai;                              v.7
apenas sopro são as riquezas que amontoa,
e ele não sabe quem vai usá-las.
13.3. Eclo 29, 8-13
Tu, porém, sê indulgente com o pobre,
Não o faça esperar tuas esmolas.
Por amor à Lei socorre o pobre;
e em suas necessidades, não o despeças sem nada.
Perde teu dinheiro por um irmão e pelo próximo,
e não deixes que se enferruje, à toa, debaixo de uma pedra.
Acumula um tesouro segundo os preceitos do Altíssimo,
e ser-te-á mais útil do que o ouro.
Guarda esmolas em teus celeiros,
e elas te livrarão de todo mal.
Mais que um escudo resistente ou poderosa lança,
elas lutarão a teu favor contra o inimigo.
13.4 Salmo 62,11: “se tua fortuna prospera, não ponhas nela teu coração”.
13.5. Salmo 52, 9:
“eis o homem que não colocou no Senhor Deus seu refúgio
e sua força, mas confiou na multidão de suas riquezas,
subiu na vida por seus crimes e ciladas.
13.6. Jó 31,24-28:
“se pus no ouro minha confiança, e disse ao ouro mais puro:
‘és minha segurança’; … se me comprazi com minhas grandes ri-
quezas, com a fortuna amontoada por minhas mãos;… e meu
coração se deixou seduzir secretamente…  também isto seria um
crime digno de castigo, pois teria renegado ao Deus do alto”.
13.7. Pr 11,28: “quem confia em suas riquezas murcha”.

Domingo, 19 de setembro de 2010

Domingo, 19 de setembro de 2010
25º Do Tempo Comum (Ano “C”), 1ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde


Hoje: Dia do Ortopedista

Santos: Januário (305, Bispo de Benevento), Sena (1648), Constância,  Afonso de Orozco, Teodoro, Pomposa (853), Emília de Rodat, Nilo, Pelé, Pedro de Corpa (servo do Senhor, e companheiros, martirizados, franciscano da 1ª ordem)

Antífona: Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se clamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu Deus para sempre.

Oração: Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
.


I Leitura: do Profeta Amós (Am 8, 4-7)
Vós que engolis o pobre sereis duramente castigados

4Ouvi isto, vós que maltratais os humildes e causais a prostração dos pobres da terra; 5vós que andais dizendo: "Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, 6dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?" 7Por causa da soberba de Jacó, jurou o Senhor: "Nunca mais esquecerei o que eles fizeram.” Palavra do Senhor


Salmo Responsorial: 112 (113), 1-2.4-6.7-8Louvai o Senhor; que eleva os pobres!

1Louvai, louvai, ó servos do Senhor, louvai, louvai o nome do Senhor! 2Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade!

4O Senhor está acima das nações, sua glória vai além dos altos céus. 5Quem pode comparar-se ao nosso Deus, ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono 6e se inclina para olhar o céu e a terra?

7Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho, 8para faze-­lo assentar-se com os nobres, assentar-se com nobres do seu povo.


II Leitura: 1ª Carta de Paulo a Timóteo  (1Tm 2, 1-8)
Oração por todos os homens

Caríssimo, 1antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças, por todos os homens; 2pelos que governam e por todos que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda piedade e dignidade. 3Isto é bom e agradável a Deus, nosso salvador; 4ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. 5Pois há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6que se entregou em resgate por todos. Este é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, 7e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo, e - falo a verdade, não minto - mestre das nações pagãs na fé e na verdade. 8Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões. Palavra do Senhor.


Evangelho, Lucas (Lc 16, 1-13) Parábola do administrador sagaz

Naquele tempo, 1Jesus dizia aos discípulos: "Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: 'Que é isto que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens'. 3O administrador então começou a refletir: 'O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração'. 5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: 'Quanto deves ao meu patrão?' 6Ele respondeu: 'Cem barris de óleo!' O administrador disse: 'Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!' 7Depois ele perguntou a outro: 'E tu, quanto deves?' Ele respondeu: 'Cem medidas de trigo'. O administrador disse: 'Pega tua conta e escreve oitenta'. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. 9E eu vos digo: Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro". Palavra da Salvação.

Leitura breve: Lc 16, 10-13


A riqueza para construir a fraternidade

O mundo está geralmente dividido entre ricos e pobres. A contestação, a luta de classes parece baseada no princípio de que não há possibilidade de acordo senão pela eliminação de uma das partes. O anúncio do reino de Deus, do seu amor que salva, é feito num mundo dividido entre ricos e pobres. E um anúncio que, revolucionando o íntimo do homem, revoluciona também certo tipo de ordem social.

Uma falsa religião oculta a injustiça

Há uma falsa religião que os profetas nunca cessaram de denunciar: a religião dos que julgam ter a consciência em dia sem muito esforço, cumprindo ritos e práticas exteriores de culto. Muitas vezes é uma aparência de religiosidade que serve para encobrir a exploração dos pobres.

Na primeira leitura veem-se ricos comerciantes, que obedecem ao repouso do sábado, no qual era proibido o comércio, pensando   em   como  enganar  os  pobres  e fraudar nas mercadorias ou nos preços. Acolher o anúncio do reino é, para o rico, transformar, de objeto de posse, em meio de amizade e comunhão, os seus bens. Já ouvimos (23º domingo) o convite de Jesus a vender tudo e dar o produto aos pobres. Aqui nos é dito: "Fazei amigos com a riqueza desonesta".

De uma terra dividida...

A amizade que o rico deve construir não é fruto de seu bom coração, mas exigência e dever que lhe advêm daquilo que possui. O que ele dá não deve parecer uma esmola. O pobre, na comunidade cristã, tem direitos a serem satisfeitos. O rico deve considerar-se mais um atento administrador dos bens do que um proprietário.

"Não és acaso um ladrão, afirma são Basílio, tu que te apossas das riquezas cuja gestão recebeste?... Ao faminto pertence o pão que conservas; ao homem nu, o manto que manténs guardado; ao descalço, os sapatos que estão se estragando em tua casa; ao necessitado, o dinheiro que escondeste. Cometes assim tantas injustiças quantos são aqueles a quem poderias dar".

E santo Ambrósio continua: "É justo, pois, que, se reivindicas como teu algo daquilo que foi dado em comum (a terra) ao gênero humano e até a todos os animais, ao menos dês uma parte aos pobres; eles participam do teu direito; não lhes negues o alimento".

O que os Padres da Igreja pregam, referindo-se a casos particulares, agora inclui povos, nações, milhões de pessoas. Nações ou grupos multinacionais controlam toda a riqueza com uma liberdade que não se pode discutir, continuam a fazer da riqueza a fonte de divisões e se aproveitam dessas divisões para seu domínio econômico.

Os capitais são transferidos de um país para outro onde pode haver maior incentivo para o lucro. Milhões de trabalhadores rurais não têm direito nem possibilidade de habitar em terras que, no entanto, são suas, enquanto grandes proprietários têm incultas suas terras, visando mais à exploração ou maior fonte de lucro.
...a uma terra de amizade

Ambos os apelos só podem ser compreendidos e acolhidos pelo homem novo, renascido de Deus, que descobre o verdadeiro valor das coisas. Sem a conversão do coração, as riquezas nas mãos do homem se tomam riquezas de iniquidade, tanto no ato de possuir como no de dar. A doação feita para tranquilizar a consciência e não por amizade não é verdadeira doação.

Toda decisão que não termina no amor está errada na raiz. Fazer amigos significa procurar, no uso dos bens, uma realização horizontal, entre irmãos, e não vertical, de alto para baixo. "O dinheiro, símbolo das coisas, é instrumento de divisão e de luta; deve tornar-se instrumento de comunhão entre as pessoas, de amizade, de igualdade, e não veículo de guerra e discriminação. Isto exige comunidade na produção, na distribuição, no consumo.

Ora, a pobreza dos que têm bens, e não podem nem devem despojar-se deles, consiste em usá-los para criar amizade e comunicar-se com os homens. Este "fazei amigos" deve ser repensado em cada época e continuamente renovado no conteúdo"  (A. Paoli). [MISSAL DOMINICAL, Missal da Assembleia Cristã, ©Paulus, 1995]

Quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quinta-feira, 23 de setembro de 2010
São Pio de Pietrelcina (Presbítero), 1ª do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Branca

Hoje: Dia Internacional da Memória do Comércio dos Escravos e sua Abolição.

Santos: Firmino I, Aurélia, Cléofas, Vicente Stambi, Nicolau de Flue (1487), Firmino, Paulo e sua família (Damasco), Bem-Aventurados Bardoniano e Eucarpo (Ásia), Ceolfrido (716), Bem-Aventurado Hermano (o Coxo), Bem-Aventurado Francisco Jaccard,  Francisco Maria de Camporosso (confessor franciscano, 1ª ordem)

Antífona: Eu vos darei pastores segundo o meu coração, que vos conduzam com inteligência a sabedoria (Jr 3, 15).

Oração: Ó Deus, que enriquecestes são Pio de Pietrelcina com o espírito de verdade e de amor para apascentar o vosso povo, concedei-nos, celebrando sua festa, seguir sempre mais o seu exemplo, sustentados por sua intercessão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.


Leitura: Eclesiastes (Ecl 1, 2-11)
Vaidade das vaidades!

2"Vaidade das vaidades, diz o Eclesiastes, vaidade das vaidades! Tudo é vaidade". 3Que proveito tira o homem de todo o trabalho com o qual se afadiga debaixo do sol? 4Uma geração passa, outra lhe sucede, enquanto a terra permanece sempre a mesma. 5O sol se levanta, o sol se deita, apressando-se para voltar ao seu lugar, donde novamente torna a levantar-se. 6Dirigindo-se para o sul e voltando para o norte, ora para cá, ora para lá, vai soprando o vento, para retomar novamente o seu curso. 7Todos os rios correm para o mal; e contudo o mar não transborda; voltam ao lugar de onde saíram para tornarem a correr. 8Tudo é penoso, difícil para o homem explicar. A vista não se cansa de ver, nem o ouvido se farta de ouvir. 9O que foi, será; o que aconteceu, acontecerá: 10não há nada de novo debaixo do sol. Uma coisa da qual se diz: "Eis aqui algo de novo", também esta já existiu nos séculos que nos precederam. 11Não há memória do que aconteceu no passado, nem também haverá lembrança do que acontecer, entre aqueles que viverão depois. Palavra do Senhor!


Comentando a Leitura
Não há nada de novo debaixo do sol

O belíssimo texto sapiencial sublinha aspecto da vida muitas vezes salientado pelo existencialismo: tudo é vaidade, isto é, tudo é inutilidade, engano, absurdo, "tédio". O homem que vive o instante fugaz, sem referência religiosa, engana-se e afadiga-se por nada. Absurdo da condição humana sem Deus! A resposta à sua angústia só pode ser descoberta no extremo da vaidade do homem. A tragédia de Coélet é a tragédia de todo homem sem Deus. E um apelo inconsciente a Deus. Ensina-nos a humildade de ser pobres e de encontrar a salvação somente em Deus. Compreende-se então a Páscoa de Cristo: Jesus foi ao fundo da vaidade do homem para nos abrir à esperança de Deus. Celebrando a Eucaristia, celebramos a liberdade trazida por Deus à humanidade, não obstante os determinismos e "necessidades" do mundo, abrindo-a à vida sem fim. [Missal Cotidiano, ©Paulus, 1997]


Salmo Responsorial: 89(90), 3-4.5-6.12-13.14 e 17 (R/.1) Ó Senhor, vós fostes sempre um refúgio para nós

3Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!” 4Pois mil anos para vós são como ontem, qual vigília de uma noite que passou.

5Eles passam como o sono da manhã, 6são iguais à erva verde pelos campos: De manhã ela floresce vicejante, mas à tarde é cortada e logo seca.

12Ensinai-nos a contar os nossos dias, e dai ao nosso coração sabedoria! 13Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? Tende piedade e compaixão de vossos servos!
14Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos de alegria todo o dia! 17Que a bondade do Senhor e nosso Deus repouse sobre nós e nos conduza! Tomai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho.

Evangelho: Lucas (Lc 9, 7-9)
As ações de Jesus e o impacto na sociedade

Naquele tempo, 7o tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que estava acontecendo, e ficou perplexo, porque alguns diziam que João Batista tinha ressuscitado dos mortos. 8Outros diziam que Elias tinha aparecido; outros ainda, que um dos antigos profetas tinha ressuscitado. 9Então Herodes disse: "'Eu mandei degolar João. Quem é esse homem, sobre quem ouço falar essas coisas?" E procurava ver Jesus. Palavra da Salvação!

Leituras paralelas: Mt 14, 1-12; Mc 6, 14-19.


Comentando o Evangelho do Dia
Um malvado perplexo

A simples evocação do nome de Herodes é motivo de apreensão. Filho mais novo de Herodes, o Grande, governou com o título de tetrarca. Popularmente, era chamado de rei. Indivíduo astuto, ambicioso, amante do luxo e do prazer. Violento como o pai. Foi ele quem mandou prender e degolar João Batista, por ter-lhe censurado a injustiça cometida contra seu próprio irmão, cuja mulher tomara por esposa.

Herodes é uma pessoa a quem os milagres de Jesus deixa perplexo. Por quê? Supersticioso como era, poderia estar pensando que o Mestre fosse a reencarnação de João Batista, com a possibilidade de ser castigado pelo mal cometido contra ele. Se fosse Elias, seria sinal da consumação dos tempos, quando o Senhor viria para fazer a humanidade passar pelo crivo da sua justiça. Caso fosse um dos antigos profetas ressuscitados era de se esperar a realização das antigas esperanças de Israel. Nenhuma destas explicações deixava Herodes tranqüilo. As notícias a respeito de Jesus superavam todos esses esquemas messiânico-escatológicos.

A compreensão de Jesus e da sua ação dependem de um envolvimento pessoal com ele e da disposição de acolher sua mensagem, deixando-se transformar por ela. Em outras palavras, é preciso ter fé.

Exatamente isto é que faltava a Herodes, com relação a Jesus. Desejar vê-lo por mera curiosidade ou pseudo-interrogações não basta para conhecer quem ele, de verdade, é. [Evangelho Nosso de Cada Dia, Pe. Jaldemir Vitório, ©Paulinas, 1997]

Para sua reflexão: Herodes faz a si mesmo a pergunta fundamental: quem é esse Jesus? Conhece, de ouvido, respostas: o povo precisa enquadrá-lo; identifica-o com o Batista ressuscitado ou com algum profeta redivivo ou com Elias que não morreu e há de voltar. Na moldura há um vazio para o messias esperado. Herodes Antipas não crê em tais boatos, quer vê-lo sem ter fé? Não se esclarece seu mistério simplesmente com uma inspeção. A lembrança de Herodes, nesse ponto, durante a atividade dos doze, projeta uma sombra agourenta. (Bíblia do Peregrino)


São Pio de Pietrelcina




O padre Francesco Forgione nasceu em Pietrelcina, província de Benevento, Itália, no dia 25 de maio de 1887. Seus pais foram Horacio Forgione e María Giuseppa. Cresceu dentro de uma família humilde, mas, como ele mesmo disse, "nunca nos faltou nada".

Foi uma criança sensível e espiritual. Na Igreja Santa Maria dos Anjos, onde se poderia dizer que foi como a sua "outra casa", foi batizado, fez a primeira comunhão e a sua confirmação. Também nesta mesma Igreja foi onde aos cinco anos lhe apareceu o Sagrado Coração de Jesus. Mais, começara a ter aparições da Virgem Maria que durariam pelo resto da sua vida. Ingressou na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, em janeiro de 1903. Nas vésperas de entrar no seminário, Francisco teve uma visão de Jesus com a sua mãe Santíssima. Nesta visão, Jesus pôs sua mão nos ombros de Francisco, dando-lhe coragem e fortaleza para seguir adiante. Já a Virgem Maria, neste mesmo momento, lhe falou suavemente, maternalmente, penetrando no mais  profundo  da  sua alma. Foi  ordenado  sacerdote  no  dia 10 de agosto de 1910, na Catedral de Beneveto, e fevereiro deste mesmo ano se estabeleceu em San Giovanni Rotondo, onde permaneceu até a sua morte, no dia 23 de setembro de 1968.

Pouco depois de sua ordenação, voltaram-lhe a dar febres e outros males que sempre o incomodou durante os seus estudos preparatórios. Foi então enviada a sua cidade natal para que se restabelecera. Logo de 8 anos de sacerdote, no dia 20 de setembro de 1918, recebe os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo em suas mãos, pés e no costado esquerdo, convertendo-se no primeiro sacerdote estigmatizado. Em uma carta que escreve a seu diretor espiritual, os descreve assim: "Em meio das mãos apareceu uma mancha vermelha, do tamanho de uma pequena moeda, acompanhada por uma intensa dor. Também debaixo dos pés sinto dor".

Mais tarde, no ano de 1940, arquitetou um projeto de um hospital que se denominou "Casa do Alívio do sofrimento" - o mais importante do sul da Itália -, cuja construção culminou no ano de 1956. No dia 20 de setembro de 1968, Padre Pio cumpria 50 anos, desde que lhe aparecera os primeiros estigmas do Senhor Jesus. O Padre Pio celebrou a missa na hora acostumada de sempre. Ao redor do altar, haviam 50 vasos com rosas vermelhas que simbolizavam os 50 anos de sangue... a dois dias depois disto, murmurando por largas horas, "Jesus, Maria!", morreu, no dia 22 de setembro de 1968. Aqueles que estiveram aí presentes, permaneceram um longo período em oração e silêncio.   O funeral do Padre Pio foi impressionante, já que se teve que esperar 4 dias até que todos os seus fiéis se despedissem do corpo. Se calcula que mais de cem mil pessoas participaram do enterro. Ao morrer, desapareceram-lhe os estigmas com o qual o Senhor dava um sinal claro da origem mística e sobrenatural das mesmas. Muitos foram os favores e conversões concedidas pela intercessão do Padre Pío e inumeráveis milagres foram reportados à Santa Sé. O Padre Pio converteu e confessou a um grande número de fiéis de distintos países, que o buscavam para pedir-lhe perdão por seus pecados e orientação para suas vidas.

286, no reinado de Diocleciano, a divisa onde estavam estava servindo em território da atual Suíça, quando o comandante supremo, Maximiano, ordenou que todos os soldados oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos. Os membros da Legião Tebana se recusaram e foram todos mortos por amor a Jesus Cristo. Pelo que se conta, toda uma corte de legionários (cada corte contava com milhares de soldados) foi executada juntamente com são Maurício. [John Nascimento, Canadá]

Desafio pessoal para o mês da Bíblia: doar exemplares da Bíblia a um
amigo ou amiga; evangelize você também através da Palavra!



Um coração puro brilha diante de Deus como uma bela pétala ao sol. (S. Jo;ao Maria Vianney)

Sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sexta-feira, 24 de setembro de 2010
25º Do Tempo Comum (Ano “C”), 1ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde


Hoje: Dia do Soldador.

Santos: Geraldo de Csanad (1046, monge beneditino veneziano), Germano, Pacífico, Geremário, Isarno (1043), Pacífico de São Severino (confessor franciscano da 1ª ordem)

Antífona: Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se clamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu
Deus para sempre.

Oração: Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do
Espírito Santo.


Leitura: Eclesiastes (Ecl 3, 1-11)

Tudo tem seu tempo

1Tudo tem seu tempo. Há um momento oportuno para tudo que acontece debaixo do céu.
2Tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de colher a planta. 3Tempo de matar e tempo de salvar; tempo de destruir e tempo de construir.
4Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de lamentar e tempo de dançar.
5Tempo de atirar pedras e tempo de as amontoar; tempo de abraçar e tempo de se separar. 6Tempo buscar tempo de perder; tempo de guardar e tempo de esbanjar. 7Tempo de rasgar e tempo de costurar; tempo de calar e tempo de falar.
8Tempo de amar e tempo de odiar; tempo de guerra e tempo de paz.

9Que proveito tira o trabalhador de seu esforço?
10Obsrvei a tarefa que Deus impôs aos homens, para que nela se ocupassem.
11As coisas que ele fez são todas boas no tempo oportuno. Além disso, ele dispôs que fossem permanentes, no entanto o homem jamais chega a conhecer o princípio e o fim da ação que Deus realiza.
Palavra do Senhor!

Comentando a Leitura

Há um momento oportuno para tudo
que acontece debaixo do céu


Há um matiz importante, até decisivo, nesta enumeração de contrastes: só a metade das ocupações humanas é sinistra. A conclusão é que o desígnio de Deus é verdadeiramente incompreensível. O homem tem apenas a certeza de que a uma ação sucederá seu contrário. O homem não é senhor do instante em que se opera o revezamento da situação. Não domina a alternativa que vai ritmando o tempo. Esta verificação é um apelo desesperado. Sim, o tempo passa, mas esse incessante desaparecer do tempo não é apenas morte. E também nascimento. O homem arranca-se a cada instante do presente. Mas esta necessidade não é puramente negativa, já é experimentar o poderoso apelo de Deus.

Isso quer dizer que o instante sucessivo não o recebemos somente da vida, mas de uma vida em que Deus entrou. A Eucaristia faz-nos participar no mistério de Deus que se inseriu na nossa história. Sobre isso se fundamenta nossa libertação e alegria. [Missal Cotidiano, ©Paulus, 1997]

Salmo Responsorial: 143(144), 1a e 2abc.3-4 (R/.1) 

Bendito seja o Senhor, meu rochedo!

1aBendito seja o Senhor, meu rochedo. 2aEle é meu amor, meu refúgio,
2blibertador, fortaleza e abrigo.
2cÉ meu escudo: é nele que espero.

3Que é o homem, Senhor, para vós? Por que dele cuidais tanto assim, e no filho do homem pensais?
4Como o sopro de vento é o homem, os seus dias são sombra que passa.

Evangelho: Lucas (Lc 9, 18-22)

de falarem ao povo quem ele é

Aconteceu que Jesus
18estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou-lhes: "Quem diz o povo que eu sou?"
19Eles responderam: "Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou".
20Mas Jesus perguntou: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "O Cristo de Deus".
21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém.

22E acrescentou: "O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia".
Palavra da Salvação!




Comentando o Evangelho do Dia

Uma questão fundamental

Num momento de oração, Jesus questiona os discípulos acerca de uma questão fundamental, formulada em duas etapas. Na primeira, a pergunta – “Quem sou eu, na opinião do povo?” – visa explicitar a maneira como a pessoa de Jesus era considerada por quem o ouvia, era beneficiado por seus milagres e tinha notícias de seus grandes feitos. Enfim, gente sem muita proximidade com ele.

As respostas, elencadas pelos apóstolos, trazem a marca das tradições messiânicas populares. Aí, o Messias é identificado com algum dos profetas do passado, cuja reaparição, na história humana, era sinal da chegada do fim dos tempos.

Na segunda etapa, a pergunta consistiu em saber o pensamento dos discípulos: “Para vocês, quem sou eu?” Tendo privado da intimidade de Jesus, deveriam estar em condições de dar uma resposta mais próxima da realidade, condizente com a verdadeira identidade de Jesus.

É Pedro quem se adianta e responde, em nome do grupo: “Tu és o Cristo de Deus!” Esta resposta revelou, na verdade, um avanço em relação à mentalidade popular. Mais que algum personagem do passado, Jesus era o Ungido, enviado por Deus ao mundo. Sua presença era sinal do amor de Deus pela humanidade.

Apesar de estar correta essa resposta, foi necessário que Jesus acrescentasse algo que os próprios discípulos desconheciam. Embora sendo o Cristo de Deus, Jesus estava para se defrontar, não com um destino de glória, mas sim, de sofrimento, de morte e de ressurreição. Esta era a vontade do Pai!


Para sua reflexão: A oração de Jesus é o contexto da confissão dos apóstolos por meio de Pedro. Como a indicar que além da confissão esconde-se uma profundidade insondável. Jesus pergunta numa espécie de resumo de sua atividade até agora e apresentando o futuro. Propõe a pergunta fundamental, “quem sou eu”, em dois tempos, para que a resposta dos discípulos se destaque sobre as opiniões do povo. A pergunta é desafiadora (não simples curiosidade ou inquietação, como as de Herodes), e se dirige a todos. Cada um tem de dar sua resposta. O povo, com todo o seu entusiasmo, não ultrapassa o nível profético ou o nível de João. Na cena evangélica, Pedro responde como cabeça de todos. A eles foi dado conhecer o segredo do reinado de Deus. O Messias de Deus é o Ungido de Deus: primeiro título de Saul, depois do monarca descendente de Davi. Na boca de Pedro, significa o Messias esperado. Por ora, não deve divulgá-lo, para evitar interpretações equivocadas.  (Bíblia do Peregrino)


São Gerardo Sagredo




Gerardo Sagredo, filho de pais ilustres e piedosos, nasceu no ano 980, em Veneza, Itália. Sagrado sacerdote beneditino, foi como missionário para a Corte da Hungria, onde, depois de ser orientador espiritual e professor do rei Estêvão I, uniu-se ao monarca, também santo da Igreja, para converter seu povo ao cristianismo. Decisão que o santo monarca tomou ao retornar do Oriente, onde, em peregrinação, visitara os lugares santos da Palestina. O rei, então, pediu a Gerardo que o ajudasse na missão evangelizadora, porque percebera que Gerardo possuía os dotes e as virtudes necessárias para a missão, ao tê-lo como seu hóspede na Corte.
Educado numa escola beneditina, Gerardo recebeu não só instrução científica como também a formação religiosa: entregou-se de corpo, alma e coração às ciências das leis de Deus e à salvação de almas. Aliás, só por isso aceitou a proposta do santo monarca. Retirando-se com alguns companheiros para um local de total solidão, buscou a inspiração entregando-se, exclusivamente, à pratica da oração, da penitência e dos exercícios espirituais. Mas assim que julgou terminado o retiro, e sentindo-se pronto, dedicou-se com total energia ao serviço apostólico junto ao povo húngaro.

Falecendo o bispo de Chonad, o rei Estêvão I, imediatamente, recomendou Gerardo para seu lugar. Mesmo contra a vontade, Gerardo foi consagrado e assumiu o bispado, conseguindo acabar, de uma vez por todas, com a idolatria aos deuses pagãos, consolidando a fé nos ensinamentos de Cristo entre os fiéis e convertendo os demais.

Uma das virtudes mais destacadas do bispo Gerardo era a caridade com os doentes, principalmente os pobres. Conta a antiga tradição húngara que ele convidava os doentes leprosos para fazerem as refeições em sua casa, acolhendo-os com carinhoso e dedicado tratamento. Até mesmo, quando necessário, eram alojados em sua própria cama, enquanto ele dormia no duro chão.

Quando o rei Estêvão I morreu, começaram as perseguições de seus sucessores, que queriam restabelecer o regime pagão e seus cultos aos deuses. O bispo Gerardo, nessa ocasião, foi ferido por uma lança dos soldados do duque de Vatha, sempre lutando para levar a fiéis e infiéis a verdadeira palavra de Cristo. Gerardo morreu no dia 24 de setembro de 1046.

As relíquias de são Gerardo Sagredo estão guardadas em Veneza, sua terra natal, na igreja de Nossa Senhora de Murano. E é festejado pela Igreja Católica, como o "Apóstolo da Hungria", no dia de sua morte.
[www.paulinas.org.br]

Em honra da mais pura das violetas a primavera abre as mais lindas rosas
e pinta de outro e azul as borboletas. (Gustavo Teixeira)

[Evangelho Nosso de Cada Dia, Pe. Jaldemir Vitório, ©Paulinas, 1997]
Jesus impede aos discípulos

terça-feira, 14 de setembro de 2010

17. BIBLIOGRAFIA

1 - Missal Romano

2 - Normas Universais do Ano Litúrgico e do Calendário 

3 - Documento da CNBB - nº 43

4 - Ano Litúrgico (Adolf Adam)

5 - Documentos Pontifícios nº 144 (SC) - Concílio Vaticano I

16. GRAUS DAS CELEBRAÇÕES E PRECEDÊNCIA DOS DIAS LITÚRGICOS

70 - Um dado importante vamos ver agora: é que o aspecto hierárquico da Igreja estende-se também à liturgia. Assim, entende-se que, na liturgia, não só os ritos têm grau de importância diferente, como também as próprias celebrações divergem quanto à sua importância litúrgica.

71 - Podemos afirmar então que existem graus e precedência nas celebrações, e se dizemos genericamente "festas", três na verdade são os graus da celebração: "solenidade", "festa" e "memória", podendo esta última ser ainda obrigatória ou facultativa. Neste subsídio, a palavra "festa" sempre é usada no conceito aqui ora exposto, a fim de evitar mal-entendidos. Vejamos então:



• Solenidade

72 - É o grau máximo da celebração litúrgica, isto é, aquele que admite, como o próprio nome sugere, todos os aspectos solenes e próprios da liturgia. Na "solenidade", então, três são as leituras bíblicas, canta-se o "Glória" e faz-se a profissão de fé. Para a maioria das solenidades existe também prefácio próprio. Embora no mesmo grau, as "solenidades" distinguem-se ainda, entre si, quanto à precedência. Somente o Tríduo Pascal da Paixão, Morte e ressurreição do Senhor está na liturgia em posição única. As demais solenidades portanto se acham na tabela oficial distinguindo-se apenas quanto ao lugar que ocupam no mesmo nível. Assim, depois do Tríduo Pascal, temos: Natal, Epifania, Ascensão e Pentecostes, o que equivale a dizer que estas quatro solenidades são as mais importantes depois do Tríduo Pascal, mas Natal vem em primeiro lugar, na ordem descrita.



• Festa

73 - "Festa" é a celebração um pouco inferior à "solenidade". Identifica-se, inicialmente, com as do dia comum, mas nela canta-se o "Glória" e pode ter prefácio próprio, dependendo de sua importância. Com referência a "festa" e "solenidade", na Liturgia das Horas (Ofício das Leituras), canta-se ainda o "Te Deum", fora, porém, da Quaresma. Como já se falou , as "festas" do Santoral são omitidas quando caem em domingo.



• Memória

74 - "Memória" é, sempre, celebração de santos, um pouco ainda inferior ao grau de "festa". Na celebração da "memória", não se canta o "Glória". A "memória" é obrigatória quando o santo goza de veneração universal. Isto quer dizer que em toda a Igreja se celebra a sua memória. É, porém, facultativa quando se dá o contrário, ou seja, quando somente em alguns países ou regiões ele é cultuado.

75 - As "memórias" não são celebradas nos chamados tempos privilegiados, a não ser como facultativas, e dentro das normas litúrgicas para a missa e Liturgia das Horas, conforme já se falou neste trabalho. Quando caem em domingo, são também omitidas, repetindo-se aqui o que já foi explanado.

76 - A "memória" pode tornar-se "festa", ou mesmo "solenidade", quando celebração própria, ou seja, quando o santo festejado for padroeiro principal de um lugar ou cidade, titular de uma catedral, como também quando for titular, fundador ou padroeiro principal de uma Ordem ou Congregação. Também a "festa" pode tornar-se "solenidade" nas circunstâncias litúrgicas aqui descritas, estendendo-se esse entendimento às celebrações de aniversário de dedicação ou consagração de igrejas.